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quinta-feira, 30 de junho de 2011

O BNDES e o polêmico financiamento das multinacionais brasileiras

 

O BNDES e o polêmico financiamento das multinacionais brasileiras

A participação do BNDES na provável fusão dos grupos Pão de Açúcar e Carrefour, com desembolso estimado em R$ 4,5 bilhões, despertou a polêmica sobre a política que orienta o banco público na relação com os grandes capitalistas brasileiros, protagonistas das emergentes multinacionais verde-amarelas.

Por Umberto Martins*

O presidente da instituição justifica a opção preferencial pelos mais ricos, que sempre ocorre em detrimento dos pequenos e médios empresários (dada a limitação dos recursos), assegurando que o Brasil “precisa ter campeãs mundiais”.

Centralização do capital


Em outras palavras, seria indispensável contar com multinacionais brasileiras, gigantes e em expansão, para participar em condições mais vantajosas da feroz concorrência global, acirrada agora pela crise mundial do capitalismo e o desenvolvimento desigual das nações.

Isto significa estimular ativamente o processo de concentração e centralização do capital e a formação, consequente e inevitável, dos monopólios modernos, que dominam a produção, o comércio e as finanças. O "Carreçúcar", se concretizado, responderia por quase um terço (32%) das vendas no ramo de supermercados.

A ideia, e também a ideologia, de que o BNDES deve priorizar o processo de formação e expansão das multinacionais brasileiras no exterior prevalece no governo e conta com amplo apoio político. Muitos bilhões de dólares já foram destinados a este objetivo.

Que futuro desejamos?

Mas é preciso observar com espírito crítico se este caminho, que certamente dá um sentido ao desenvolvimento da economia nacional e à inserção do país na chamada globalização, corresponde aos interesses do povo brasileiro, e em particular da classe trabalhadora, que constitui a maioria da sociedade. O que está em jogo é não só dinheiro público, que deve ser gasto em benefício do povo, mas a nação que se desenha para o futuro.

O impacto mais que provável da fusão em tela é uma maior monopolização da economia, conforme alertou o presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Fernando Furlan. Isto é bom para os grandes capitalistas, mas sai caro para os consumidores e requer a liquidação de várias pequenas e médias empresas, que não podem aspirar a privilegiada condição de campeãs e são engolidas pelo processo de centralização do capital.

Sob este aspecto o emprego de dinheiro público na fusão não parece muito justificável. Mas o tema não se esgota aí. A monopolização da economia não é o único aspecto relevante da política do BNDES a favor das “campeãs”.

Contexto histórico

A ascensão das multinacionais brasileiras é um fenômeno relativamente recente na história brasileira, que acompanha o processo histórico de declínio do poderio econômico relativo dos Estados Unidos e o desenvolvimento desigual das nações.

Este desenvolvimento promove o deslocamento do centro dinâmico da produção e do comércio para a China e outros países ditos emergentes, com destaque na América Latina para o Brasil. A “emergência” das multinacionais verde-amarelas é parte inseparável deste movimento.

Crise e câmbio

A crise deflagrada nos EUA, associada à queda do dólar e valorização do real, favoreceu a expansão dos negócios protagonizados pela grande burguesia brasileira no exterior, com aquisições bilionárias no mercado norte-americano de empresas em liquidação e crescente exportação de capitais, direcionada principalmente à América Latina.

A situação mudou. Antes (e não faz muito tempo) o Brasil era (quase) exclusivamente um país importador de capitais, hoje é também, e ao mesmo tempo, um exportador de capitais. Isto faz diferença, embora não signifique o fim da vulnerabilidade externa.

Integração latino-americana


A liderança do Brasil no continente americano não se sustenta apenas na política externa, que assumiu no governo Lula um caráter progressista por adotar uma posição altiva e soberana no tratamento das contradições com os EUA e apostar na integração dos países latino-americanos. É respaldada pela presença econômica não só na exportação de mercadorias como também de capitais.

Por esta e outras, a ascensão das multinacionais brasileiras é apoiada por muitos políticos nacionalistas, que consideram o fenômeno conveniente aos interesses nacionais. O tema é complexo e não pode ser abordado de forma exaustiva nos limites deste artigo, que por sinal já subverteu os limites do recomendável na internet. Algumas palavras finais são necessárias.

A ótica marxista


Em minha modesta opinião, de um ponto de vista marxista, ancorado na perspectiva histórica da classe trabalhadora, o desenvolvimento nacional orientado para a formação de monopólios privados não merece o apoio do povo.

O pensamento capitalista dominante obviamente sustenta que os interesses dos grandes monopólios coincidem com os interesses nacionais. Foi um apelo parecido que levou os trabalhadores da Europa e do mundo à guerra uns contra os outros em 1914 e induziu a Internacional Socialista à capitulação. É uma suposição falsa para os povos, que nada têm a ganhar com a concorrência global dos monopólios, a não ser a guerra.

Não devemos perder de vista o caráter internacional da classe trabalhadora e da humanidade. O capitalismo dos monopólios é a razão da crise mundial, inclusive em sua dimensão ambiental. Financiamento subsidiado para expansão de multinacionais não vai criar atalho para o socialismo, vai reproduzir relações imperialistas, vai reproduzir imperialismo.

Um sistema em crise

As crises do capitalismo monopolista, capitaneado pelo capital financeiro, e da ordem imperialista mundial, hegemonizada pelos EUA, crises convergentes e entrelaçadas, abrem novas oportunidades e um desafio histórico que deve extrapolar os limites estreitos do nacionalismo. Este, quando bem-sucedido nos marcos do capitalismo, conduz ao imperialismo, conforme notou Lênin.

O imperialismo, que é o capitalismo global dos nossos dias, é um monstro de muitas cabeças que parece eterno, promoveu duas grandes tragédias no século 20 e neste momento em que vivemos é uma clara ameaça à sobrevivência da humanidade e da natureza. Tem que ser destruído para evitar a barbárie e preservar a vida e a civilização. Este não é um tipo de dilema que podemos remeter às calendas gregas em nome de interesses nacionais.

De resto, certamente existe destino socialmente mais justo e produtivo para o dinheiro público (incluindo do Fundo de Amparo do Trabalhador) que o controvertido financiamento dos grandes grupos capitalistas e a formação de monopólios privados. Ou será que não?

*Editor adjunto do Vermelho

terça-feira, 28 de junho de 2011

você é insubstituivel


Você é insubstituível

domingo, 26 de junho de 2011
Na sala de reunião de uma multinacional ,o diretor nervoso fala com sua equipe de gestores. Agita as mãos, mostra gráficos e, olhando nos olhos de cada um ameaça: "ninguém é insubstituível"!
A frase parece ecoar nas paredes da sala de reunião em meio ao silêncio.
Os gestores se entreolham, alguns abaixam a cabeça. Ninguém ousa falar.
De repente um braço se levanta e o diretor se prepara para triturar o atrevido:
- Alguma pergunta?
- Tenho sim. E Beethoven?
- Como? - o encara o diretor confuso.
- O senhor disse que ninguém é insubstituível e quem substituiu Beethoven?

Silêncio…

O funcionário fala, então:
- Ouvi essa história esses dias, contada por um profissional que conheço e achei muito pertinente falar sobre isso. Afinal as empresas falam em descobrir talentos, reter talentos, mas, no f undo continuam achando que os profissionais são peças dentro da organização e que, quando sai um, é só encontrar outro para por no lugar. Então, pergunto: quem substituiu Beethoven? Tom Jobim? Ayrton Senna? Ghandi?
Frank Sinatra? Garrincha? Santos Dumont? Monteiro Lobato? Elvis Presley? Os Beatles? Jorge Amado? Pelé? Paul Newman? Tiger Woods? Albert Einstein? Picasso? Zico? Etc.?…

O rapaz fez uma pausa e continuou:

- Todos esses talentos que marcaram a história fazendo o que gostam e o que sabem fazer bem, ou seja, fizeram seu talento brilhar. E, portanto, mostraram que são sim, insubstituíveis. Que cada ser humano tem sua contribuição a dar e seu talento direcionado para alguma coisa. Não estaria na hora dos líderes das organizações reverem seus
concei tos e começarem a pensar em como desenvolver o talento da sua equipe, em focar  no brilho de seus pontos fortes e não u tilizar energia em reparar seus 'erros ou deficiências'?

Nova pausa e prosseguiu:

- Acredito que ninguém se lembra e nem quer saber se BEETHOVEN ERA SURDO , se PICASSO ERA INSTÁVEL , CAYMMI PREGUIÇOSO , KENNEDY EGOCÊNTRICO, ELVIS PARANÓICO… O que queremos é sentir o prazer produzido pelas sinfonias, obras de arte, discursos memoráveis e
melodias inesquecíveis, resultado de seus talentos. Mas cabe aos líderes de uma organização mudar o olhar sobre a equipe e voltar seus esforços, em descobrir os PONTOS FORTES DE CADA MEMBRO. Fazer brilhar o talento de cada um em prol do sucesso de seu projeto.

Divagando o assunto, o rapaz continuava.

- Se um gerente ou coordenador, ainda está focado em 'melhorar as fraquezas' de sua equipe, corre o risco de ser aqu ele tipo de ‘técnico de futebol’, que barraria o Garrincha por ter as pernas tortas; ou Albert Einstein por te r notas baixas na escola; ou Beethoven por ser surdo. E na gestão dele o mundo teria PERDIDO todos esses talentos.

Olhou a sua a volta e reparou que o Diretor, olhava para baixo pensativo. E volto a dizer nesses termos:

- Seguindo este raciocínio, caso pudessem mudar o curso natural, os rios seriam retos não haveria montanha, nem lagoas nem cavernas, nem homens nem mulheres, nem sexo, nem chefes nem subordinados… Apenas peças…

- E nunca me esqueço de quando o Zacarias dos Trapalhões se 'foi pra outras moradas'. Ao iniciar o programa seguinte, o Dedé entrou em cena e falou mais ou menos assim:  "Estamos todos muito tristes com a 'partida' de nosso irmão Zacarias... e hoje, para substituí-lo, chamamos:…NINGUÉM…Pois nosso Zaca é insubstituível.” – concluiu, o rapaz e o silêncio foi total.

Conclusão:

NUNCA ESQUEÇA: VOCÊ É UM TALENTO ÚNICO! COM TODA CERTEZA NINGUÉM TE SUBSTITUIRÁ!

"Sou um só, mas ainda assim sou um. Não posso fazer tudo..., mas posso fazer alguma coisa. Por não poder fazer tudo, não me recusarei a fazer o pouco que posso."

"NO MUNDO SEMPRE EXISTIRÃO PESSOAS QUE VÃO TE AMAR PELO QUE VOCÊ É… E OUTRAS… QUE VÃO TE ODIAR PELO MESMO MOTIVO… ACOSTUME-SE A ISSO… COM MUITA PAZ DE ESPÍRITO…"

Colaboração: Danizete Siqueira
Arte: www.bethccruz.blogspot.com

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Solidariedade à Revolução Cubana

Brasileiros reafirmam solidariedade à Revolução Cubana

Terminou neste domingo (26), em São Paulo a 19ª Convenção de Solidariedade a Cuba. Os mais de 500 participantes reafirmaram seu respaldo à Revolução cubana e expressaram seu compromisso para incrementar as ações em favor da ilha caribenha.

A Carta de São Paulo, documento que é a declaração final do encontro realizado no Memorial da América Latina, uma das mais belas obras do famoso arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer, exalta o crescimento da solidariedade a Cuba neste imenso país sul-americano.

"Diante das ameaças dos Estados Unidos, os que apoiam a Revolução cubana devem estar cada vez mais organizados em sua defesa e para isso nossas campanhas de informação, manifestações nas ruas e pronunciamentos de parlamentares precisam avançar", indica o texto.

Os brasileiros amigos da ilha caribenha concordaram em intensificar as ações em favor da libertação dos cinco antiterroristas cubanos Gerardo Hernández, Antonio Guerrero, Fernando González, Ramón Labañino e Renê González, presos injustamente nos Estados Unidos há quase 13 anos.

Contra o bloqueio

Igualmente, prosseguir na luta pelo fim do criminoso bloqueio econômico, financeiro e comercial que há mais de meio século Washington mantém contra Havana, no vão intento de render o povo cubano que, pelo contrário, resiste e mantém vivo seu espírito internacionalista.

Diante das mentiras e tergiversações da grande imprensa de direita do Brasil sobre a realidade cubana, os brasileiros amigos da ilha destacaram a necessidade de trabalhar para romper esse bloqueio midiático.

Para melhorar e aperfeiçoar esse trabalho no Brasil, os participantes na 19ª Convenção destacaram a importância de enviar uma delegação ao 6º Encontro Continental de Solidariedade a Cuba, que será realizado no México de 6 a 9 de outubro deste ano.

Os convencionais brasileiros exaltaram a necessidade de acompanhar a postura do Brasil na Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos, a ser criada nos dias 5 e 6 de julho próximo em Caracas, Venezuela, como parte do bicentenário da independência de várias nações da região.

Os delegados assumiram a tarefa de fortalecer a atividade de divulgação dos objetivos da atualização do modelo econômico cubano, discutidos amplamente pelo povo e aprovados no 6º Congresso do Partido Comunista de Cuba e destinados a aperfeiçoar o socialismo na ilha caribenha.

Da Convenção de Solidariedade a Cuba, organizada pelo Movimento Paulista de Solidariedade a Cuba, participaram representantes de 16 dos 27 estados brasileiros, assim como uma delegação cubana, encabeçada pela presidente do Instituto Cubano de Amizade com os Povos, Kenia Serrano.

Magali Llort, deputada e mãe de Fernando González, um dos cinco cubanos lutadores contra o terrorismo, Zuleika Romay, presidente do Instituto Cubano do Livro, o coronel da reserva José Ramón Herrera, a professora do Instituto de Relações Internacionais Nidia María Alfonso e a jornalista Rosa Miriam Elizalde, coordenadora do sítio da internet Cubadebate, também integravam a delegação cubana.

Agradecimento emocionado

O ato final da convenção foi marcado por muita emoção. Realizado no Memorial da Resistência, instalado no edifício onde funcionava o DOPS na época da ditadura militar, militantes perseguidos pela ditadura que foram acolhidos em Cuba agradeceram à ilha caribenha pela solidariedade.

Os ex-presos políticos Ivan Seixas, Damaris Lucena, Elsa Lobos e Clara Sharf rememoraram a época de luta contra o regime militar e a firme colaboração da Revolução cubana com todos os companheiros perseguidos.

Seixas contou que nas reuniões dos grupos armados escutavam a Rádio Havana de Cuba, que era uma inspiração muito grande e uma alegria imensa cada vez que escutavam notícias de que alguns dos companheiros de luta tinham conseguido chegar à ilha.

"Agradecemos por tudo o que fizeram por nós e nós faremos tudo o que pudermos por Cuba".

Damaris Lucena rememorou os horrores vividos na prisão durante a ditadura militar e recordou que foi uma das prisioneiras trocadas pelo cônsul japonês Nobuo Okushi e enviada ao México com seus filhos.

Ela contou que estando no México foi convidada a viajar a Cuba com seus familiares.

"Cuba é meu segundo país e os cubanos são meus irmãos”, disse emocionada. “Tudo o que eu e meus filhos tenhamos que fazer por Cuba, faremos”, declarou.

Também Elsa Lobo expressou sua eterna gratidão a Cuba pela formação que recebeu nesse país maravilhoso, e exaltou a colaboração recebida de diplomatas cubanos em diferentes países quando trabalhou em um organismo das Nações Unidas ou teve que exilar-se em Paris.

Com lágrimas nos olhos, Clara Sharf, companheira do líder comunista Carlos Marighella, assassinado pela ditadura militar, manifestou a estreita relação existente entre Marighella e a Revolução cubana, assim como seu trabalho na criação das primeiras associações de solidariedade a Cuba no Brasil.

Kenuia Serrano,presidente do Instituto Cubano de Amizade com os Povos (Icap) disse que este ato de agradecimento a seu país se converte em uma oportunidade para que Cuba agradeça aos brasileiros por sua combatividade, solidariedade e apoio ao direito à existência do processo revolucionário cubano.


De São Paulo, Alejandro Gómez, da Agência Prensa Latina

domingo, 26 de junho de 2011

Santo Antonio o santo casamenteiro

E viva Santo Antonio!!!

Quase que passava o dia desse cortejado santo sem nenhum registro. Mas a equipe do Cultura e Coisa e Tal não me deixa perder o fato e a foto. Aristeu Bezerra me manda o texto abaixo e Cláudio Gomes a foto. Falando em Santo Antonio, pense num casamento da hora!

O santo casamenteiro 



     Santo Antônio, o milagreiro, protetor dos pobres e das causas perdidas é, geralmente, invocado para auxiliar moças a encontrar maridos, daí ser conhecido como o casamenteiro. Não existe na sua vida nada que justifique  a fama de atender a pedidos de mulheres que tem esperança de arranjar um companheiro. Santo Antônio tem uma história muito rica. Ele era humilde, defensor radical dos pobres e crítico da hierarquia da Igreja, mas só sobressai o folclore de casamenteiro.
     Para que atenda a pedidos com rapidez, recebe castigos: colocam sua imagem de cabeça para baixo ou tiram dos seus braços o menino Jesus. Quando o pedido é atendido, o santo volta a posição normal ou recebe de volta a imagem do menino que lhe foi tirada.
     O folclorista Luís da Câmara Cascudo, no seu Dicionário do Folclore Brasileiro, ajuda as mulheres que desejem chegar mais rápido ao matrimônio com a descrição da reza do dia 13 de junho, dia de Santo Antônio:
"Meu Santo Antônio queridoEu vos peço por quem sois;Dai-me o primeiro marido,Que o outro arranjo depois.

sábado, 25 de junho de 2011

Entrevista á Carlos Pronzato da última viagem de Che Guevara

fonte da materia blog vermelho

Cultura

23 de Junho de 2011 - 15h13

 

Última viagem de Che Guevara é recontada em documentário

“Ninguém sai imune de uma viagem. Muito menos Ernesto Che Guevara”. É com essa frase que o poeta e cineasta argentino, Carlos Pronzato, caracteriza a relevância das sagas de Che Guevara pela América Latina. Para contar a história da segunda e última viagem de Che – que compreende o roteiro Argentina, Bolívia, Peru, Equador e, mais tarde, Cuba –, o cineasta entrevista o amigo de infância e companheiro do médico, Carlos Calica Ferrer.

Por Fabíola Perez

A partir da entrevista, nasce o documentário “A última viagem de Ernesto Guevara pela América Latina”. Depois de viajar pela América do Sul, acompanhado pelo amigo Alberto Granado – aventura que deu origem ao filme “Diário de Motocicleta”, lançado em 2004 –, Chê ganha uma segunda produção.

Poetas, escritores, intelectuais e admiradores de um dos personagens mais conhecidos da história da América Latina foram convidados a assistir a pré-estreia do filme no último dia 19 no Espaço Cultural Mané Garrincha e, nesta quinta-feira, o documentário será exibido durante a 19ª Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba, que ocorre entre os dias 23 e 26 de junho no Memorial da América Latina, em São Paulo.

Pronzato conversou com a reportagem do Vermelho e contou como conheceu Calica em Buenos Aires, na Argentina. O documentarista falou ainda do gosto por viagens e como a experiência de fazer a trilha inversa do caminho de Che – do México a América do Sul – influenciou sua percepção para recontar a história do personagem.

O cineasta, que atualmente vive em Salvador, na Bahia, recorda que foi apenas quando chegou ao Brasil, após a década de 1980, que começou a refletir sobre a necessidade de “devolver” aos personagens que haviam cruzado seu caminho uma narrativa artística de suas histórias e relatos. O objetivo do documentário, segundo Pronzato, é de complementar o livro “De Ernesto a Che” e de incentivar os jovens a conhecerem o mundo por meio das viagens. “As viagens por terra são insubstituíveis. Por terra e, se possível, de carona. Viagens assim não tem um fim específico, o fim em si é somente viajar”.

Vermelho: Como foi o primeiro contato com Carlos Calica Ferrer, acompanhante de Guevara?
Carlos Pronzato: Eu já trabalho há anos acompanhando movimentos sociais e personagens da América Latina. Carlos Calica Ferrer é companheiro de Che na segunda e última viagem que faz. Em 1953, em Buenos Aires, na Argentina, o convidei para assistir um longa-metragem meu, o “Carabina M2: uma arma americana na Bolívia” – documentário que faz um panorama de como foram os 11 meses que Chê passou na Bolívia, em 1967. Calica foi assistir a estreia e gostou muito do filme. A partir daí estabelecemos uma amizade. Batíamos alguns papos em cafés e, cada vez que nos encontrávamos, eu perguntava se não havia a possibilidade de eu lhe entrevistar sobre sua viagem. Em julho de 2010, na Copa do Mundo, eu fui para a Argentina e consegui entrevistar Calica no apartamento dele, em Buenos Aires.

Nessa entrevista ele conta, durante várias horas, como foi a viagem, como foi a saída de Buenos Aires, quando Che ainda era Ernesto Guevara, um estudante de medicina. Ele fala também sobre a chegada da primeira viagem, com Alberto Granado, seu primeiro companheiro. Então, assim que Che se forma em Medicina, ele viaja com Calica, amigo de infância e de adolescência. O documentário foi feito a partir dessa única entrevista. A ideia veio a partir do livro “De Ernesto a Che” que conta detalhadamente a história da última viagem. Eu li o livro e fui procurar Calica para fazer a entrevista. O objetivo do documentário é que o filme integre o livro e complemente a história.

Vermelho: Como surgiu a ideia de recontar a história por meio do relato de um dos companheiros de Guevara?
CP: A importância de a história ser contada por um companheiro de Che se dá pela proximidade de eles tinham, da relação de amizade. O pai de Calica Ferrer era o médico que tratava da asma do Che. Ele tinha asma e morava em Buenos Aires. Por causa disso, foi com toda a família para o centro da Argentina, uma região seca e montanhosa que faria bem a sua saúde. E quando conhece a família Ferrer começa toda essa amizade.

Por meio do documentário, ele narra os detalhes e curiosidades dessa amizade. É uma história fundamental para a América Latina e para o mundo. Che diz logo no começo do filme: “agora o acompanhante mudou, Alberto se chama Calica”, para marcar a passagem da primeira para a segunda aventura. Alberto foi o acompanhante de Che durante a viagem que originou o filme “O Diário de Motocicleta”. Eu estudo a epopeia de Che há muitos anos e na convenção vou lançar também o livro “Che, um poema guerrilheiro”, com uma biografia resumida e 22 poemas meus dedicados ao personagem.

Vermelho: Quais os aspectos importantes da relação de amizade e admiração entre você, como cineasta, Calica e Che?
CP: O primeiro aspecto é o fato de eu ter feito essa mesma viagem, 30 anos depois deles, assim como muitos latino-americanos fizeram e continuam fazendo. Acredito que a verdadeira escola de conhecimento do nosso entorno é viajar, e viajar por terra. E se puder, viajar trabalhando no decorrer do percurso. O que me une a Calica é ter feito um pouco disso. Admiro essa viagem, foi uma inspiração para mim. Entre os anos de 1981 e 1987, fiz o mesmo percurso que eles fizeram só que de maneira inversa, vindo do México para o Sul.

Che vai se transformando durante a viagem, em contato com a pobreza, com uma realidade que ele não conhecia na Argentina. Ao longo da primeira viagem, Granado percebe como Che passa a se interessar de uma maneira especial por questões sociais. Tem algumas passagens, no Peru, no Chile que mostram claramente esse interesse social. Calica também percebe essa fase de mudanças ecompreende que a transformação de Ernesto começa no Equador, onde o médico começa a atuar sob um viés político e social mais aguçado.

Vermelho: Qual a representatividade simbólica dessa última viagem de Guevara e Calica?
CP: A segunda viagem se inicia, de fato, ainda na primeira. O final da primeira viagem é o primeiro ponto fundamental, por que Che queria terminar seu curso de medicina, ele se forma em um tempo recorde, faz 14 disciplinas em um ano. E esse crescimento do interesse social de Che é bem representado pelo destino que ele tem na segunda viagem. É nessa viagem que ele se transformar no comandante Guevara, depois que conhece Fidel.

Por isso, o ponto crucial dessa viagem é no México, quando se encontra com Fidel Castro, apresentado por Raul. Nesse período, Calica vai jogar futebol na Colombia e depois, segue para Venezuela. Eles perdem o contato durante um tempo. Acredito também que toda viagem leva a uma transformação. Ninguém sai imune de uma viagem. Muito menos Che Guevara. Foi ao longo desses percursos que Che teve sua formação sócio-política vivenciada e experimentada na prática.

Vermelho: “Ninguém sai imune de uma viagem”. Você fez o trajeto inverso do caminho de Chê. Qual a contribuição dessa experiência para o projeto?
CP: O saldo da viagem ainda está em processamento. Mas essa viagem foi responsável por tudo que eu faço hoje. A literatura, as poesias, os contos, o teatro e principalmente o cinema, voltado à produção de documentários. Depois que voltei da Argentina, fui morar durante um tempo em Salvador, na Bahia. A partir daí começa a se processar todo o meu interesse em devolver para a América Latina e para todas as pessoas com quem estive durante esse período, toda a experiência que passei no campo artístico e político. Todos os meus documentários têm um viés político, histórico e de formação. Passei por muitos lugares que ele tinha passado, e isso foi uma experiência muito boa.

Vermelho: Qual a sua percepção em relação ao resultado final do projeto?
CP: É uma ideia que vem sendo trabalhada há tempos. Fizemos a pré-estreia foi no espaço cultural Mané Garrincha. E para a minha surpresa, as pessoas pediram o livro depois de assistir ao filme. Ou seja, o documentário cumpriu seu papel principal de instigar a curiosidade dos telespectadores para conhecer o livro.

Mais do que tudo, esse trabalho foi um presente a Calica, no sentido de incentivar os jovens a refazerem essas viagens que eles fizeram há mais de 50 anos. E isso não pode acabar. As viagens por terra são insubstituíveis. Por terra e, se possível, de carona. Uma viagem dessas não tem um fim específico, o fim em si é somente viajar.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

belezas naturais de Carnaiba PE

pinturas rupestre
fonte azul
fonte azul
boqueirão
boqueirão
filhote de gato do mato
riacho do olho d/agua
riacho do olho d/agua

visita de Dilma a Caruaru

Blog do Planalto

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Posted: 23 Jun 2011 03:30 AM PDT
Como forma de prestigiar os festejos de São João, a presidenta Dilma Rousseff desembarcou ontem à noite no Aeroporto Oscar Laranjeira, em Caruaru (PE). O município é sede de uma das maiores festas juninas. Durante a permanência naquela cidade, a presidenta Dilma conheceu Casa-Museu Mestre Vitalino e o pátio do forró Luiz Gonzaga, onde acontecem as manifestações da cultura popular.
Durante a visita à Casa-Museu, situada no Alto do Moura, a presidenta conversou com Severino Vitalino, filho de Vitalino Pereira dos Santos, o mestre Vitalino, e recebeu dele uma peça em barro que retrata a vaquejada. Dilma Rousseff também foi presenteada por Vitalino dos Santos – neto de mestre Vitalino – e Marliete Rodrigues, filha de Zé Caboclo, um dos discípulos de Vitalino.
Ao sair do museu, Dilma Rousseff comentou a visita a Caruaru: “Volto [a Caruaru] porque é uma das festas mais bonitas do Brasil. Sinto imensa alegria pelo calor do povo, pela dívida com o povo pernambucano.” Em seguida, ela cumprimentou populares que se aglomeravam nas imediações. Ainda na visita a Caruaru, a presidenta assistiu à apresentação de orquestra sinfônica, formada por meninos carentes, durante visita ao pavilhão da festa junina. Do camarote, ela acompanhou exibições de grupos populares.
No final da noite, juntamente com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e com o prefeito de Caruaru, José Queiroz, a presidenta Dilma se deslocou para o aeroporto e embarcou com destino a Brasília. Acima, o Blog do Planalto mostra as principais imagens da visita a Caruraru (PE) feitas por Roberto Stuckert Filho, fotógrafo oficial da Presidência da República.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

TRAVESSIA E PROJOVEM URBANO COMEMORARAM O SÃO JOÃO: VIVA A TRADIÇÃO

junho 23 2011Sem Cometários
Educação
Ontem á noite alunos e alunas do Travessia e do Projovem Urbano de Carnaiba, juntamente com os Professores (as), realizaram a comemoração do São João, não faltou quadrilha. muito forró pé de serra  e comidas típicas do São João, o evento festivo foi animado pela moto som do Anchieta Alves, professores (as) dividiram as despesas  e comemoraram, parabenizamos a todos e todas pela realização. Confira as fotos feitas por este blogueiro.  blog do anchieta alvesPJU E TRAVESSIA SÃO JOÃO 2011